27 julho 2012

Li e me identifiquei: Ricos (texto da Caminhante)

Fonte: Zero Chan.

"Lembro de mim mesma, que ou passava na Federal ou não fazia curso superior. O dinheiro era curto e eu tinha uma consciência muito aguda disso. Lembro do dinheiro contadinho cada vez que queria ir pra uma balada, e chegando lá só bebia uma coca-cola. No meio da faculdade eu não achava o curso tão legal quanto deveria, mas a obrigação de me formar era tamanha que nem me permiti questionar se queria ou não, era minha obrigação.

Quando eu vejo pessoas jovens que têm nos seus lugares preferidos baladas que a gente paga caro pra entrar, o contraste fica claro pra mim: eles são de família rica. Eles não têm que escolher entre balada ou roupa, balada ou pegar ônibus. Eu não sou do time que cansou de ir a festas de quinze anos, que viajou para a Disney, que fez curso de línguas. Na minha adolescência nunca associei ter popularidade, ser festeiro, irresponsável e cheio de histórias para contar com dinheiro. Mas hoje vejo que dinheiro teria me trazido segurança e outras possibilidades. Outras possibilidades me fariam viver outras coisas e teriam alterado quem eu sou. Ao invés de me sentir livre e disposta a experimentar de tudo, minha vida era como um revolver com apenas uma bala. Eu não podia perder tempo ou ser inconsequente, eu não teria outra chance".

- Esse é um trecho do texto "Ricos" da Caminhante, você pode conferí-lo na íntegra aqui.
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23 julho 2012

Para onde você está indo?

Fonte: we heart it.

Eu adoraria saber, mas a verdade é que estou na estrada, tentando aproveitar as coisas boas que surgem pelo caminho enquanto fujo da constante preocupação que é desconhecer o destino.
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11 julho 2012

Duplicando seu trabalho por uma xícara de café

Fonte: Zero Chan


Reuniões. Aqueles momentos mágicos onde todos os orientados são chamados para uma conversa séria com o orientador. Entre discussões de produtividade, apresentação de relatórios e novas ideias para solucionar velhos problemas, eu só consigo curtir o ar-condicionado.

Tá bom, tá bom, eu confesso, também gosto do café quentinho que nos é oferecido de graça e das piadas internas que surgem.

O problema é que, entre um gole do café e uma risada bem dada, você - que entrou na sala sendo responsável por um projeto simples e com um artigo para escrever - sai de lá tocando três projetos, ajudando duas pessoas e com cinco artigos diferentes para terminar. Não existe café no mundo que pague isso.
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10 julho 2012

Reclamando (em silêncio)


Fonte: Cryptanalyze

Eu curto reclamar. Escrever textos longos e filosóficos explicando como/porque a merda se instaurou. Gosto mesmo de ficar horas divagando sobre temas com pouca aplicação prática. Xingando mentalmente criaturas infames que povoam minha rotina.

Mas, se você me conhecesse, saberia que eu quase nunca reclamo verbalmente. Sou daquelas pessoas que acredita que a situação não está tão ruim quanto parece. E se está ruim de verdade, a única coisa a ser feita é assumir a culpa e tentar dar um jeito. Arrumar a casa/a vida/o trabalho.

Eu gosto de reclamar. Passo horas pensando no que me incomoda, sem dizer uma palavra sequer. Encaro isso como uma forma de respeito aos terceiros que merecem aproveitar a vida sem me ouvir choramingando por aí. Guardo minhas reclamações para pessoas que vão ouví-las com carinho e atenção, tentando ajudar da melhor forma possível. 

Expor problemas de ordem pessoal para pessoas com as quais você não tem intimidade não é uma maneira de se mostrar amigável ou aberto, é apenas o caminho mais curto para que elas te achem um chato. Para que eu te ache um chato, na verdade.
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07 julho 2012

Chateação, fome e consumismo

Fonte: Zero Chan

Quando eu estou chateada minha fome muda. Aumenta ou diminui, mas sempre muda.
Outra coisa que se altera é o consumo. Assim como a fome, ele aumenta ou diminui, sem nunca fazer algum estrago terrível com minhas finanças.

Mas a questão mais importante não gira em torno das possíveis alterações de peso ou das cores no meu extrato bancário, ela versa sobre os motivos escondidos nessas mudanças. Veja bem, quando eu estou chateada e frequentando o McDonalds de forma assídua, não sinto fome de verdade é só uma vontade gigantesca de comer para tapar algum buraco. Soterrar algum problema usando batatas fritas e refrigerante. E essa vontade passa rápido, assim que eu admito que comer não vai fazer o problema desaparecer.

Com as compras acontece o mesmo. Se estou triste ou descontente, costumo pensar que uma roupa nova vai fazer os sentimentos desaparecerem. Shoppingterapia, sabe? Talvez aquele sapato lindo da vitrine tenha poder suficiente para me fazer esquecer que o menino foi embora. Quem sabe caminhando com aquela sapatilha eu consiga esquecer o quanto curtia caminhar ao lado dele. Mas isso nunca acontece. Bens de consumo são só bens de consumo, eles não tem poder para mudar nada. Quer dizer, eles mudam o número de moedas guardadas no meu cofrinho.

Consumir diferentes produtos não faz com que eu me sinta melhor. Na verdade, essa falta de controle só faz com que eu me sinta pior, até mesmo desamparada. A estúpida pós-graduanda que acredita que o cartão de crédito tem poderes mágicos. Poderes mágicos temos nós, mas nunca os usamos de forma adequada, para mudar nossa própria vida.
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